Desnuda as palavras das vestes
Rasgadas pelas bocas insensíveis;
Dá-lhes a roupa que pusestes
Em teus sonhos impossíveis.
Sua linha costurada no verso
Por agulhas de linhas infinitas
No lápis que cria furo diverso;
Nas letras, argolas de malabaristas.
Argola que tua língua toca
E seu sentido do comum desloca
Quando uma na outra enfias.
Abraço que o vazio esmaga;
Um coração no outro afaga
Uma nota de duas harmonias...