domingo, 3 de agosto de 2014
Nem percebi
Depois por meu tolo orgulho me afastei de ti, o que falei não era de
um todo verdade; não queria ti deixar desamparada, sem lugar para
aconchegar tua delicada cabeça ou para falar com tuas tantas vozes.
Talvez o outro me deixasse pertubado, outro que pudesse sorver de tua
boca mais que palavras, que pudesse ti aconchegar entre os braços e ti
alisar os cabelos como quem passa as mãos por sobre a água de um
riacho. Me senti deficiente, por ter que andar em tua direção com o
auxílio de minhas palavras, de ter que nos juntar separando-as.
Sim nem percebi;
Nem percebi teu riso, como um saco de pipocas, quando teus dentes
pulam de tua boca aos meus olhos.
Nem percebeste como queria tê-lo visto.
Nem percebi tuas lágrimas rolarem de tua face, lágrimas são como
bolhas que se esqueceram de voar, e por isso num voou suícida se
lançam de nossos rostos a tentarem planar no ar, por isso têm a forma
de um pará-quedas.
Nem percebeste como queria tê-las visto deslizar por sobre teu rosto.
Depois por meu tolo orgulho me afastei de ti, o que falei não era de
um todo verdade; não queria ti deixar desamparada, sem lugar para
aconchegar tua delicada cabeça ou para falar com tuas tantas vozes.
Talvez o outro me deixasse pertubado, outro que pudesse sorver de tua
boca mais que palavras, que pudesse ti aconchegar entre os braços e ti
alisar os cabelos como quem passa as mãos por sobre a água de um
riacho. Me senti deficiente, por ter que andar em tua direção com o
auxílio de minhas palavras, de ter que nos juntar separando-as.
Sim nem percebi;
Nem percebi teu riso, como um saco de pipocas, quando teus dentes
pulam de tua boca aos meus olhos.
Nem percebeste como queria tê-lo visto.
Nem percebi tuas lágrimas rolarem de tua face, lágrimas são como
bolhas que se esqueceram de voar, e por isso num voou suícida se
lançam de nossos rostos a tentarem planar no ar, por isso têm a forma
de um pará-quedas.
Nem percebeste como queria tê-las visto deslizar por sobre teu rosto.
Tear ou da ausência
Os dedos não podem tecer o toque
Como um algodão doce que tua pele
Em suas pontas não se enrosque
E nas elipses de meus dedos se revele.
Não posso tecer com teus cabelos
Luvas; minha mão como tear sem fio,
Quer entre meus dedos prendê-los
E tece a si mesma com o vazio.
E se a distância teu corpo impede
De tê-lo nas vestes de meus abraços,
Aos teus olhos minha palavra concede
Que costurem em seus canteiros
A roupa que lhe cobre os cansaços,
A lágrima que se estende por teu corpo inteiro.
Nícolas Nunes Ferreira
Não posso vestir teu corpo, mas acabo dando a ti o mais
sincero vestido, o mais transparente de todos.
Os dedos não podem tecer o toque
Como um algodão doce que tua pele
Em suas pontas não se enrosque
E nas elipses de meus dedos se revele.
Não posso tecer com teus cabelos
Luvas; minha mão como tear sem fio,
Quer entre meus dedos prendê-los
E tece a si mesma com o vazio.
E se a distância teu corpo impede
De tê-lo nas vestes de meus abraços,
Aos teus olhos minha palavra concede
Que costurem em seus canteiros
A roupa que lhe cobre os cansaços,
A lágrima que se estende por teu corpo inteiro.
Nícolas Nunes Ferreira
Não posso vestir teu corpo, mas acabo dando a ti o mais
sincero vestido, o mais transparente de todos.
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