terça-feira, 21 de agosto de 2012

Teu corpo é ritmo de silêncio e som;
Cada passo marcado desabrocha um sorriso
Que tua pele morena afoga sem aviso
Num gingado delicado e bom.

E quanto fechas teus olhos, anoiteces,
Pois teu corpo de noite envolto
Com tua alma que agora a luz desconhece
Dança livre nesse baque solto.

E teu cabelo é um maracatu estrela brilhante
Porque brinca com a luz como uma menina faceira
Que lançasse seus encantos ao homem mais distante...

E a cada passo tua alma se enraíza e voa
Na terra sacudida em poeira
Que junto com teu coração ecoa.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Soneto

À Olívia


As tuas palavras mais bonitas
São como insetos aprisionados
Nas teias de tua timidez,
Sendo teus esforços silenciados

Depois de todas palavras extintas,
Ficando apenas o eco surdo das incertezas
Martelando em teu ouvido: talvez...
E dos teus olhos brotam tristezas

Mas nenhuma lágrima aparece,
São como nuvens no sertão
Que atendem o pedido de uma prece

Quando toda esperança silencia
E somente fica teu coração,
A procura de uma promessa vazia.

N. Nunes

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Contemplação

Deslumbrada por calmo alvor
Desprendido aos olhos pela Neve
Que se espalha pelo esplendor
De um encanto tão breve...

A Noite aos poucos Negror
Dispersa pelo Céu, se atreve
A envolver em suas asas de Condor
Delicada e fina Neve...

Ah! Como queria de tantos desvelos
Poder preencher a vida!
Mas tu... Pode tê-los...

Pela própria Neve és envolvida;
A neve é tua Pele estendida
Por sob o Céu de teus Cabelos!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Teus olhos

A Terra dormia encoberta
Pela abóboda azul; criança
Que mãe sempre desperta
Reclina em sua face mansa...

Ninava a criança, e alerta
Desejava a causa da dança
De luzes que com o dia flerta.
Mas nunca ela alcança...

Chora na alvorada florescente;
Garoa toda cheia de dor...
Que com o Sol ardentemente

Completa-se num Arco-Íris;
Filho sorridente, que na cor
Da esperança tem tua íris!

Nícolas Nunes