segunda-feira, 7 de abril de 2014

Outro Soneto

Teus olhos apertados são como lanternas
Japonesas que guardam a luz em seu interior
Iluminam a tua alma, e das camadas mais internas
Do teu ser projetam para fora a tua dor.

E essa luz que teu olhar aprisiona
Acende o delicado papel de tua pele
Em formas que teu gesto coleciona
Nas pontas dos dedos que ao carinho se revele.

Na mais profunda escuridão
É que teu corpo mais se acende;
Teu corpo de cêra se desmancha em minha mão

E tua boca que é o pavio de teu desejo
Sem uma palavra entende
Que uma chama só se apaga em outra chama,
[e um beijo noutro beijo.

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