segunda-feira, 31 de outubro de 2016


Talvez

Talvez seja de um riso moldado em teu rosto de palhaço
Que sequem as tintas voláteis das lágrimas das crianças
Que ti apertam em seus pequenos membros num sutil laço
Amarrando nesse abraço a quase perdida esperança.

Talvez seja em teus dedos numa cirurgia delicada
Que pulsa um coração nas artérias que cobrem a máquina humana
Dos pensamentos que tua sutura irá segurar uma vida quase encerrada
Como quem com as mãos cobre uma pequena chama do vento.

Talvez, não sei, sejam as crianças o teu caminho,
Não dizia jesus: venham a mim as criancinhas,
Porque delas são o reino dos céus...

Mas essa é uma vereda em que se entra sozinho
Em que essas simples palavras minhas
Não conseguem tirar do mistério da vida seus véus.





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