terça-feira, 25 de maio de 2010

O carroceiro


Nas latas cheias de vazio, esquecidas
Nos cantos da calçada, que apenas despedidas
Cantam, enquanto as letras embalsamadas
Dos jornais de ontem suspiram.

Enquanto ainda o Sol nasce, ele percorre
O caminho de nossas memórias. Onde em cartas escorre
As lágrimas que nunca foram mais derramadas;
Que se unindo a tinta de nossos desejos resistiram.

Tudo foi desperdiçado, esquecido, descartado
No desconsolo do esquecimento; nos cantos
De nossos lábios tristonhos...

Mas por cada coisa nossa se sente amado,
O carroceiro que recolhe de manhã nossos prantos
E deixa cair de sua carroça abarrotada, sorrindo, nossos sonhos...

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