sábado, 1 de maio de 2010

Presentes imersos

Esse poema dediquei a Lúcia Gonzcy, grande poetisa de imensa sensibilidade, e de um estilo de poesia bem diverso do meu. O poema dela escorre como um pequeno fio d`água e se avoluma num rio de idéias.

Presentes imersos

Quando fores dormir, desenlaça teu cabelo
E rasga aos poucos de teus olhos a luz
Com os dedos de tuas pálpebras, entrelaçando com desvelo
Os sonhos que entre cada cílio pus.

Sonhos que coubessem no piscar de teus olhos, canto
Que sussurrasse em teus ouvidos os ecos do infinito;
Como as conchas do mar, que são como um coração aflito
Que vazio se enche de ausência, a ecoar nosso próprio pranto!

Suja tua mão ao toque desses versos, dispersa em teus dedos
A poesia, sorve em teus lábios o que o poema balbucia
Pela boca que se move por teus olhos, a ti negar segredos...

Sentes a fragrância que evola dos poros destes versos;
Da pele que recobre toda minha poesia
Deixando em ti meus presentes imersos...

Nícolas N.F

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